As garrafas de areia de Tibau
Há dias parei em uma loja de artesanato em Tibau e fiquei olhando para um rapaz que enchia garrafas de areia colorida e depois, com a ajuda de pequenas palhetas de arame, criava figuras diversas em seu interior. Admirei-me da perícia daquele artesão no preparo das famosas garrafas de areia, que já se tornaram símbolo do artesanato não só de Tibau, mas de todo o Rio Grande do Norte. A visão do artista despertou-me a curiosidade de pesquisador e daquele dia em diante passei a procurar alguma referência que me levasse à origem da questão, ou seja, de como surgiu a idéia de encher garrafas de areia e esculpir figuras em seu interior. Achei a resposta nos escritos do professor Vingt-un Rosado que tendo a mesma curiosidade, desvendou o caso muitos anos antes de mim.
Claro que as primeiras garrafas de areia preenchidas não tinham o refinamento de arte que tem hoje. As primeiras garrafas eram de faixas, isto é, cada tipo de areia ou de argila ocupava na garrafa faixas paralelas. Colocavam as areias com as mãos, que funcionavam como um funil. Tudo isso se passou no ano de 1921.
Em 1955, quando o professor Vingt-un fez esse estudo, identificou 25 variedades de argilas e areias, destacando que as mais usadas eram as de cores: branca, amarela, preta, vermelha, marrom, salmon, creme, prateada, cinzenta, vermelho queimado, grená e verde. Registrou também que as tibauenses que mais se dedicavam ao novo tipo de artesanato, naquela época, eram: Josefina Fonseca, Francisca Henrique, Nazaré Silvino, Francisca Matias e Alice Rebouças, sendo que Josefina Fonseca era a que recebia o maior número de encomendas, consequentemente a que maior desenvolvimento deu àquela atividade.
por: Geraldo Maia